Este livro toma como
ponto de partida o fenômeno do engano no plano biológico. Mostra como um vírus
que altera sua própria estrutura química para iludir o sistema imunológico e
como o pássaro que deposita seus ovos em ninho alheio apresentam pontos de
contato inesperados com a propaganda enganosa a que assistimos na televisão ou
com as artimanhas de um sedutor. Na esfera humana, o engano conta com uma arma
poderosa: a linguagem. Entretanto, se enganar outro ser humano é uma ação que
pressupõe um descompasso de informação, enganar a si mesmo não seria um
impossibilidade lógica? Se posso enganar o outro, é pelo fato de ele não saber
algo que conheço. Mas como enganar a mim mesmo, se para tanto parece necessário
que eu não saiba o que de fato sei? A aparente contradição é afastada quando
percebemos que o fulcro do autoengano está na capacidade que temos de sentir e
acreditar sinceramente que somos aquilo que não somos.
“Só engana a si mesmo
quem quer”.
Eduardo Giannetti:
Nasceu em Belo Horizonte, em 1957. Formou-se em economia e ciências sociais na
USP e obteve PhD na Universidade de Cambridge. Atualmente é professor na
Faculdade de Economia da USP e pesquisador da Fipe (Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas).
É excelente !!!
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