A fúria do corpo é considerado o livro mais barroco de João Gilberto Noll, uma obra que traça o percurso atordoante e cruel de uma história de amor. Dois seres que fazem de tudo para manter seu caso de amor. Ela, uma prostituta-mendiga. Ele, sem nome, passado ou profissão. Dominado por um erotismo sem limite, transbordando inquietação, angústia, sofrimento e beleza.
Trecho: Afrodite está de pé em cima de um banco
do calçadão da Atlântica e em volta o bloco de sujos a saúda pulando em
círculo, Afrodite me vê e vejo que seus seios estão quase inteiramente à mostra
fugindo do vestido amarelo vivo rasgado e sujo de graxa pó e sangue, mas
Afrodite é a deusa da celebração dos sujos, Afrodite me vê agora mais próximo e
convida a que eu participe da festa ao bezerro de ouro dos sujos ela fala, eles
serão atingidos pela ira divina só na quarta-feira-de-cinzas, por enquanto me
celebram e cantam minha beleza minha carne, santo é o Carnaval senhor da
alegria, santa é a simulação da festa, santo é o nome da beleza da carne, santa
é a histeria da promiscuidade, santo é o fingimento do encanto, santo santo
santo o bloco dos sujos grita num compasso de marcha, santo santo santo eu
entôo na minha voz de barítono, ...
Apaixonada por este livro :o) recomendo!