segunda-feira, 30 de maio de 2011

"Amor Líquido - Sobre a fragilidade dos laços humanos"

A noção de liquidez, quando se refere às relações humanas, tem um sentido inverso ao empregado nas relações bancárias, a disponibilidade de recursos financeiros. A liquidez de quem tem uma conta polpuda no banco, acessível a partir de um comando eletrônico é capaz de tornar qualquer desejo uma realidade concreta. É um atributo potencializador. O amor líquido, ao contrário, é a sensação de bolsos vazios. É preciso deixar claro que Bauman não se propõe a indicar ao leitor fórmulas de como obter sucesso nas conquistas amorosas, nem como mantê-las atraentes ao longo do tempo, muito menos como preservá-las dos possíveis, e às vezes inevitáveis, desgastes no decorrer da vida a dois. Não há como assegurar conforto num encontro de amor, nem garantias de invulnerabilidade diante das apostas perdidas, nunca houve. Quem vende propostas de baixo risco são comerciantes de mercadorias falsificadas.

Zigmunt Bauman – Ex-Professor emérito de sociologia nas Universidades de Varsóvia e de Leeds, na Inglaterra, com vários livros traduzidos para o português, e o tema recorrente em sua obra são os vínculos sociais possíveis no mundo atual, neste tempo que se convencionou denominar de pós-modernidade.

É ótimo!!!!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

EROTISMO E LITERATURA

É sempre temerário descartar o erótico do texto literário, assim como deixar de entendê-lo a propósito de uma relação dinâmica e criadora de respostas interpretativas. Com esse pressuposto e considerando o erótico como representação cultural, Erotismo e literatura rastreia e explicita espetáculos eróticos elaborados em diferentes momentos da literatura brasileira. Certamente abrirá novos e instigantes caminhos interpretativos aos leitores que ousarem o prazer da leitura, a leitura como jogo erótico.

Jesus Antonio Durigan, Doutor em Letras, foi professor da Universidade Estadual de Campinas, e autor de artigos publicados no Brasil e no exterior sobre a teoria do texto narrativo e análises da ficção brasileira.

Excelente! -Relendo-

segunda-feira, 9 de maio de 2011

"O mestre da suspeita"

Dentre os lançamentos, que marcaram o centenário de morte de Nietzsche, o livro de maior impacto é certamente esse pequeno volume de apresentação do filósofo alemão escrito por Oswaldo Giacoia Junior. Lançado pela Publifolha, 2000- (divisão de publicações do grupo que edita o jornal Folha de SPaulo).
Em Folha explica Nietzsche, o filósofo Oswaldo Giacoia Junior nos mostra claramente que a permanência da "suspeita" nietzscheana se deve justamente ao fato de que esse demolidor das ilusões metafísicas não poupa a anda - não podendo, portanto , se curvar aos propósitos de Estados ou instiutições que sempre serão tributárias da fé em suas próprias representações.

"Nietzsche é um dos grandes mestres da suspeita, que denunica a moralidade e a política moderna como transformação vulgarizada de antigos valores metafísicos e religiosos, numa conjuração subterrânea que conduz ao amesquinnhamento das condições nas quais se desenvolve a vida social".  Manuel da Costa Pinto.

Simplesmente maravilhoso, recomendo!



quinta-feira, 5 de maio de 2011

Leitura Múltiplos Olhares

Regina Célia De Carvalho

Leitura: mútliplos olhares apresenta um rol de visões atuais de estudiosos e  especialistas  em linguagem,     preocupados com o fenômeno da leitura. São visões atualíssimas, vindas da Desconstrução, da Psicanálise, da Análise do Discurso, da Hermenêutica e do Sócio-interacionismo que, embora sob certos aspectos constituem discuros em tensão, dialogam entre si de forma instigante e criativa.
Este livro, caracteriza-se por apresentar uma heterogeneidade de abordagens teóricas, de propostas de análise e de diretivas para o ensino, que o tornam leitura obrigatória para todos aqueles que se interessam pelo tema leitura.                  Excelente!!!

domingo, 1 de maio de 2011

Auto-Engano

Este livro toma como ponto de partida o fenômeno do engano no plano biológico. Mostra como um vírus que altera sua própria estrutura química para iludir o sistema imunológico e como o pássaro que deposita seus ovos em ninho alheio apresentam pontos de contato inesperados com a propaganda enganosa a que assistimos na televisão ou com as artimanhas de um sedutor. Na esfera humana, o engano conta com uma arma poderosa: a linguagem. Entretanto, se enganar outro ser humano é uma ação que pressupõe um descompasso de informação, enganar a si mesmo não seria um impossibilidade lógica? Se posso enganar o ouro, é pelo fato de ele não saber algo que conheço. Mas como enganar a mim mesmo, se para tanto parece necessário que eu não saiba o que de fato sei? A aparente contradição é afastada quando percebemos que o fulcro do auto-engano está na capacidade que temos de sentir e acreditar sinceramente que somos aquilo que não somos.

“Só engana a si mesmo quem quer”.

Eduardo Giannetti: Nasceu em Belo Horizonte, em 1957. Formou-se em economia e ciências sociais na USP e obteve PhD na Universidade de Cambridge. Atualmente é professor na Faculdade de Economia da USP e pesquisador da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).